Dicas de Casamento

Já fui garçonete no Villa Bisutti! O Primeiro evento a gente nunca esquece…

Experiência incrível que me ensinou entender o operacional de serviço de salão

Quando ingressei na faculdade em 2009, não imaginei como seria de fato essa carreira, era tudo muito novo para mim a introdução na produção e no backstage dos eventos. Logo no primeiro semestre eu logo comecei a trabalhar e fazer alguns Jobs freelancer na região da Vila Olímpia em São Paulo, o espaço Villa Bisutti.

Uma das minhas colegas de sala começou trabalhar em um espaço na mesma rua da faculdade, e para nossa sorte estavam contratando pessoas para trabalhar lá no bar, marcamos um dia para ela nos levar lá e apresentar para a pessoa responsável pelas contratações. Chegando lá, fizemos uma entrevista, mas para o bar não tinha mais vaga, e ele nos ofereceu uma vaga no salão, havia vagas para garçonete, e topei na hora, meu interesse era trabalhar de qualquer forma, sempre fui curiosa e para se inserir no mercado qualquer experiência era válida, eu aceite a oportunidade, eu queria muito ter uma experiência e entender como funcionava este setor dentro de um evento, então o maitre responsável combinou; venha sábado às 16:00 horas, de roupa preta. Vou descrever como foi:

Chegando no local no horário combinado, eu já estava toda arrumada, e ele logo me mandou pegar um pano com álcool para higienizar toda a louça, porém, pediu para eu colocar um avental para não me sujar pois eu estava muito arrumadinha e levemente maquiada e guardar minha bolsa no vestiário para que eu pudesse iniciar o trabalho combinado.

Começou a me passar orientações de montagem do salão, com e para eu servir cada item, quais seriam os itens do cardápio, enfim, toda parte operacional do evento.

Havia uma grande equipe, mais ou menos umas 20 pessoas entre homens e mulheres do salão, todos pareciam muito experientes, eu parecia que estava entrando mesmo em um mundo novo e cheio de informações, e logo fui fazendo amizade e perguntando como funcionava isso, ou aquilo, enquanto higienizava com bastante álcool todos os utensílios, copos, taça e pratos e ramequim.

Pouco tempo antes de iniciar o evento, o maitre fez uma reunião para separar as “praças” onde trabalhamos, jantamos e nos preparamos para receber os convidados posicionados no salão, eu estava ansiosa por dentro e plena por fora, pedindo para deus me ajudar a segurar a bandeja e fazer eu lembrar os itens do vasto cardápio!

Assim que começou o evento e os convidados chegavam, foquei no meu trabalho e segurei firme a bandeja, eu imitava os passos da minha colega que aparentemente tinha mais habilidades com a bandeja, ela já tinha trabalhado algumas vezes e me ensinava coo deveria me portar, segurar a bandeja com firmeza e até mesmo oferecer ao convidado educadamente e ainda por cima, falar o nome do canapé sem errar os itens. Fui confiante por fora e insegura por dentro, até então tudo estava fluindo, o maitre me olhava de longe e balançava com a cabeça concordando com a minha “postura”.

No andamento do evento fui pegando o jeito, prestei atenção como fluía a cozinha, como era o processo interno até entregar o canapé pronto na bandeja, prestei atenção no maitre, como ele organizava a equipe, a coordenadora do evento, enfim, o andamento do salão e como a equipe se comportava, as peças (pessoas e funções) se encaixava, fazendo a magia do evento acontecer, estava tudo tão lindo que eu me encantei um pouco mais com o operacional do evento.

Ao final do serviço, já cansada e de madrugada, após montar e desmontar buffet, servir e fazer recolha dos pratos, enquanto a balada iniciava nós fazíamos a recolha dos copos e taças. Tínhamos que passar bem apertadinho entre as pessoas, enquanto elas dançavam a gente andava conforme a música segurando as taças e concentrada para não balançar a bandeja. Mas, o pior aconteceu! Em uma dessas recolhas, balancei demais e perdi o equilíbrio, e bummm!!! Foram 20 taças ao chão de uma só vez, fiquei em choque, fiquei vermelha, e todos no meio do salão me olharam, o maitre veio correndo, me acalmou e chamou a limpeza do evento, ele simplesmente me olhou e falou, calma, segue o ritmo, isso acontecer, vai, toma uma água e volta (estava apenas começando a balada).

Naquela época, os eventos eram para 300 convidados ou mais, e duravam até as 06:00 da manhã, nós éramos os primeiros a chegar e os últimos a sair.

Ao final de tudo, meus pés estavam calejados, pois eu havia comprado uma sapatilha para este evento, era nova, apertada e meu pé ficou só o caco (não façam isso).

Ao final, o pagamento do cachê confortava um pouco, mas não era muito, apenas me fez pensar e valorizar cada profissional que se dedica a essa área, muitas vezes vivem disso. Eu amei a experiência, não me recordo se trabalhei mais vezes neste setor de salão e copa, mas com certeza esse job me fez aprender a dar valor aos profissionais, e perceber e entender a função de cada um ali, como é importante e se faltar alguém na função sobrecarrega a equipe e o maitre te que se desdobrar, pode prejudicar o serviço e o cliente final

Valorize esses profissionais, o cachê é baixo para o serviço, a dedicação deles é muito maior do que imaginamos, eles cuidam de todos os detalhes relacionados ao servir bem sem olhar a quem.

Hoje, quando sou responsável pela coordenação de um evento, eu presto sim atenção em todos os detalhes, falo com cada profissional, consigo identificar etapas de cozinha e serviço de salão. Me atento aos mínimos detalhes pois essa experiência me proporcionou olhar este setor profundamente de forma específica.

Eu costumo dizer aos meus colegas que querem ingressar nesta área de eventos, que comece de onde o operacional faz sentido, de como funciona a cozinha, você só pode ser especialista e cobrar aquilo que você conhece.

Muitos não querem começar de baixo, mas é lá embaixo que se aprende, um bom produto de eventos conhece a fundo todas as etapas que envolvem o evento.

Agradeço a vida pela oportunidade!

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